quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"verdade dos sentimentos"


Encontrava-me a correr, como faço todos os dias, a ouvir música e ao mesmo tempo noutro local, num local que me trazia as mais diferenciadas memórias, até que começou a chover e eu continuei a praticar desporto, as minhas lágrimas confundiam-se com as gotas de chuva que se encontravam na minha face, quando me cruzei com pessoas rebaixei-me, baixei os olhos para simplesmente não levar com perguntas de "Que se passou Cristiano?". Continuei a correr até chegar ao ponto mais alto da terriola onde vivo, vi então que tudo com chuva parecia melhor, a tremer com frio e a olhar o céu, a levar com gotas de chuva na cara as memórias voltaram e percebi que nestes 18 anos apenas algumas coisas, talvez as mais importantes, valeram a pena, não consegui sequer nomear nomes ao chorar, queria referir o porquê de me terem deixado e só me saiam vogais confusas com adjetivos, confusos com parágrafos apenas saiam as letras iniciais que bastavam para perceber que afinal o melhor mesmo era esquecer o que se passou e não tentar perceber razões de tais acontecimentos, mas a realidade é que não, não quis que isso acontecesse assim, quis sorrir e mais uma vez olhei para o céu a ouvir música e comecei a correr, de novo me cruzei com pessoas e o mesmo ritual fiz, percebi então que o melhor era voltar para casa para esquecer um bocado do que se passara, mas ao voltar para as quatro paredes em que me escondo eu vi o cavalo da vizinha a saltar perto de mim e percebi que ele estava feliz por estar livre e eu invejei aquele ser durante momentos e perguntei-me o porquê de não poder sorrir como aquele animal, o porquê de não puder saltar livremente então percebi que o orgulho é o meu forte, que o amar as minhas decisões são o meu decalábro, concretizei que tudo o que decidi para mim estava errado ou talvez antecipado demais, pensei puder viver sem aqueles seres que deixei no passado mas a realidade é que não posso e agora pergunto-me o que fazer para melhorar esta situação e apenas ouço um silêncio irritante que apenas são as gotas da chuva a continuar a cair, chorei e continuo a chorar ao escrever isto, chorei e vou chorar por pessoas da minha vida que vão ficando pelo caminho mas a vida é assim e afinal o sentimento continua todo cá. Agradeço todo o sentimento mutuo, todos os sorrisos, telefonemas e crises existenciais que tivemos juntos porque só cada um de vocês sabe do que falo, até mais. CristianoMoura!