segunda-feira, 30 de maio de 2011

"...Só ouvi pássaros..."


Foram meses de pura angústia, de indecisões, de não saber o que fazer, meses em que a minha mentalidade esteve bloqueada para decisões de extrema importância. Foram mensagens trocadas, mensagens essas que juravam sentimento, mensagens que punham a nu o que sentíamos quando postos lado-a-lado, o que sentíamos quando olhares, carícias, toques, quando tudo isto era trocado nos corredores da escola. Tivera pensamentos de várias maneiras para realizar o pedido, pensamentos cinematográficos em que chegaria ao pé de ti com todos os teus amigos em volta e te beijaria loucamente e tu aceitarias e continuavas, pensamentos de serenatas na porta da sala de aula, pensamento de cartas enviadas. Mas não, depois de mensagens recebidas do passado eu tomei a iniciativa e com uma música na mente eu vi-te a olhar pra mim e pensei, "Porque não agora?", chamei-te e o teu andar ao ritmo da melodia mental que escutara era o momento perfeito, o teu balançar de cabelos ao sol, fomos falar num canto (o melhor que consegui arranjar), conversa vai e conversa vem ocorre-me a ideia de pronunciar "Queres ter uma relação comigo?" aí tu dizes-te que sim e porque não um beijo nesse momento? Beijamo-nos e não foi apenas um beijo, foi O beijo, o beijo que dizem que nos leva à lua e que ouvimos sininhos, eu só ouvi passaros mas o efeito deve ser igual porque o que aqui está em questão não é o que ouvi, o que senti mas o que senti, sinto e sentirei e disso posso ter eu a certeza de que será amor, porque não és só uma namorada, és aquela que me dá o espaço e a que recebes o teu espaço e por isso e por mais eu digo que amo-te, que quero estar contigo MUITO tempo.
-"Amor, pra sempre?"
-"Sim, pra sempre."
Amo-te, ontem, hoje e amanhã porque como disse não há preocupação com nada logo que te tenha do meu lado. Amo-te Beatriz. s2'

terça-feira, 3 de maio de 2011

Frases queimadas.


Houve o levantar de uma caneta e o início da escrita de uma literatura invulgar, quase que como se o vento levanta-se a mão ia escrevendo suavemente, com imagens tuas na mente, houve o sentido de escrever o que sentira, então escrevi letras, palavras, frases, tudo o que eu sentira estava ali a ficar exposto, qualquer ser humano podia arrancar-me aquele esboço da mão e ler, ler e gozar com a quantidade de sentimento que ali estava impresso, então no fim de escrever nada mais me ocorreu senão andar rapidamente até à lareira ali perto acesa, com a folha na mão deixei cai-la lentamente, deixei cair lentamente a folha como se ela gritasse um porquê de merecer tal castigo, revivi o teu olhar, o teu toque, o teu andar, tudo em míseros segundos, os segundos em que a chama consumia as frases, em que a folha ia ficando castanha, em que o fogo se tornara azul devido ao químico da tinta da caneta, revivi tudo e foi então nesse preciso momento que uma gota de água me caiu no braço, uma gota de água salgada que me escorrera pela face, deambulei pelo corredor afora agarrando-me ás paredes com medo de cair, de desfalecer, tamanha era a dor sentida naquele momento, chegando ao meu quarto cai repentinamente no conforto da minha cama, encolhi-me todo pondo os joelhos no peito quase como que uma armadura, a música tocava e as lágrimas iam caindo no ritmo certo, olhei para o tecto e fiquei hipnotizado, passado cerca de minutos, sentei-me no rebordo do meu colchão tagarelando a letra da música, levantei-me e comecei juntando novos passos a uma coreografia já antiga, quando havia o tempo de quedas era difícil levantar porque o pensamento passageiro era de fraqueza, era de não conseguir superar tal prova, mas levantei-me dançando no total 4 músicas, com o suor nos pés descalços e frios do chão cai fora de tempo e fiquei ali abismado a olhar o branco pintado do tecto e imaginei um fim que me consumiria, o fim que chegaria se não tomasse uma atitude, e até hoje sinto o choque de bater com a cabeça no chão porque a saudade não mata mas magoa, sinto-me como morto naquele local, sinto que o meu corpo continua adormecido banhado no suor!
CristianoMoura