quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Não há mais nada.

Acordei e era mais um dia, um normal, daqueles que nos levantamos, comemos, tomamos banho e percebemos que não há mais nada por fazer.
Estava mais uma vez a preparar-me para tonificar alguns do músculos corporais com a dança, o vício, quando o meu telemóvel começa a vibrar, a transmitir um som esquisito que não me lembrava de ouvir à algum tempo. Era o som de uma chamada, coisa que não tinha à imenso tempo, era o meu patrão, sim o meu primeiro patrão, o Jeremy, o tal que me deu trabalho por algum tempo em França, o tal que passado 2 meses me disse : "A ti Cristiano, nunca te despedirei."!
Pois, ele enganou-me porque essa chamada, a tal referida, era mesmo isso, uma chamada de despedimento porque eu vim de férias, ao meu país e pelos vistos não podia vir. Bem, resolvi as coisas e comecei a colocar a música, uma daquelas bem melancólicas porque o contemporâneo apanhou-me de ponta, de novo. Dancei, chorei e suei ao som da mais linda balada, até ao momento em que aquelas quatro paredes me sufocavam, corri com os phones nos ouvidos até à ponte de metal e lá a tornei o meu palco predileto, o cenário perfeito, carros a passar por baixo de mim e eu a dançar ao som de "Clown". A coisa mais linda que posso imaginar.
Apercebi-me do que acabara de acontecer e chorei, chorei de novo sem pudor a tal, passou gente e eu nem disfarcei, não porque ao mesmo tempo, esta já não era a minha casa. Portugal parou de o ser à algum tempo, mas, tive mais medo porque afinal sou mais um dos milhões de jovens desempregados no país, 19 anos, um futuro em frente e sem possibilidade de o realizar, então tive o apoio de pessoas que me fizeram ver que o mundo não acabou e que ninguém me "cortou as pernas", que posso correr e alcançar tudo o que quero. Amanhã começa um novo dia, uma nova etapa, um novo mundo de oportunidades. Afinal, concluo que o dia não foi uma total perda de tempo. Obrigado, apenas isso, Cristiano Moura.