domingo, 13 de fevereiro de 2011

Aquela ponte de metal.


Acordei hoje e olhei em meu redor continuava no meu quarto, monótono e incapaz quarto, o quarto que já tanto me viu fazer e tanto me viu sentir. Levantei-me do colchão velho em que dormira, o que suporta o meu peso morto todas as noites. Levantei-me e fui à casa de banho, lavei os dentes e só depois tomei banho, desfrutei cada segundo de água a escaldar a cair-me sobre os ombros, o cabelo, os olhos, desfrutei do que me posso a imaginar a fazer naquele chuveiro, posso ser cantor, actor, capitão, posso ser o que me apetecer. Retornei ao quarto, aquele mesmo quarto de paredes pintadas de branco já sujas, aquele quarto com colagens num canto, colagens essas que o amor me fazem recordar, vesti-me e sai, sai para a cozinha onde nada me apeteceu comer, não muito tarde os meus pais decidiram sair, eu fiquei a ver televisão, no computador, onde quisesse estar. Decidi sair, sair sem rumo, sem destino. Não tardou muito estava no meu destino, uma ponte de metal construida uns passos atrás de minha casa, a ponte que já me viu decidir entre o atirar ou o não atirar, a ponte que já me viu correr por cima dela, com as lágrimas nos olhos, o suor na testa, o telemóvel na mão, a música nos ouvidos, a ponte onde já me sentei e fiquei a pensar "Serei bom? Serei quem quero ser?", sentei-me na ponte e pensei em tudo o que poderia pensar, fiquei lá das 14:00 ás 20:00, nada me afastara daquela ponte, a ponte onde me deitei e apreciei os céus, a ponte onde ninguem passa, a ponte que se sente abandonada, inútil ao olhar humano, uma ponte que tem história e é tão bom imaginar o quão aquela ponte é histórica, é estéril para uns mas um berço para outros! Sim, berço, não sou o primeiro a sentar-me lá e decidir como se fosse o último dia da nossa vida. Voltei para casa batia o relógio de 20:00, sentei-me no colchão batido, sentei-me e não tardou muito para que estivesse deitado, deitei-me e fiquei a olhar o tecto, mas adormeci e adormeci a sonhar com a ponte, a ponte que me fez querer ser melhor, a ponte que me fez acertar na escolha de viver e lutar.

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