terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Noite diária


Não era uma vez, não era um menino muito feliz, não era um castelo encantado, não era um príncipe, não era o relato do salvamento a uma princesa, mas sim a história verídica, um menino médiamente feliz, uma casa nos subúrbios, um rapaz comum e o relato de como depois da princesa o deixar ele conseguiu sobreviver.
Era noite cerrada, o som, barulhos de carros a passar na estrada com a música a tocar, os seus dedos a 'magoar' as teclas tal era a força e a rapidez com que ele escrevia este texto, a chuva a cair, era uma noite fria, uma noite em que tirando estes barulhos o silêncio existia, era uma noite de insónias, noite em que há levantos da cama, há barulho de passos de vagueamento pela casa, há desvaneios sinceros com as perguntas para as quais não se encontra resposta, há o sorriso nocturno que a memória lança de vez em quando.
Há finalmente a existência da coragem de levantamento, o abrir o computador, o abrir o site e o escrever um texto, um texto que demora a pensar, que demora a expressar mas que se arranja forma, talvez rara, desnaivada, aquela forma que ninguem entende só quem a criou.
Sim, era dia de medo, era dia de choro, era dia de arrependimento, era dia dos "Porquê's", era o dia em que tudo isso possuia o rapaz, ele chorava, gritava, arrependia-se e perguntava o porquê.
O porquê de tanto e de nada, o porquê de fim, o porquê de um adeus, o porquê das decisões precepitadas, era o dia em que ele chorava e as lágrimas não limpava, foi o dia em que ele fechou o computador, deitou-se e dormiu, mais um dia com a alma descançada depois do choro, depois de tanto se passar, foi a noite que ele adormeceu a pensar nela, a pensar no que poderia ser um futuro, a pensar naquelas promessas feitas, nas palavras ditas e nos sentimentos largados ao vento. Foi, era e é, o sentimento que inunda o coração carenciado deste rapaz, o sentimento que ninguem preenche e quem chegou sequer um dia a preenche-lo desapareceu, desapareceu para sempre, desapareceu sem uma palavra dizer, o amor continua, mas a existência ou a esperança dela desapareceu. Um amo-te não chega para acarretar todo o sentimento nutrido por ti, não sou inventor, mas quero criar uma palavra para te encaixar, amor de uma vida, palavras como estas faziam sentido antes de 1 de Janeiro, estas palavras faziam sentido nos primeiros dias de conhecimento em Junho, agora não há mais destinatário, não mais morada para enviar, aquela carta que tanto expressava mas que nunca foi respondida, fazes-me tanta falta. Amo-te! (L)

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