segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tudo continua teu


Amable, Amable, Amable, tudo gira ainda à tua volta, tudo é em teu redor, todo o meu mundo é ainda preenchido pelos milhentos ecrãs de televisões, que há nas esquinas, com a tua imagem expondo o que me fez sofrer, o que me fez ficar diferente de mim mesmo, todos os desenhos que fiz teus ainda se mantêm colados nas paredes, nenhum tece sequer a ideia de queda, nenhum ainda pensa sequer em ficar no chão como deixas-te o meu coração. Há ainda a noção de amor que ronda o meu mundo tal igual ao anel de Saturno, há ainda os aromas de paixão no ar, conservei todo esse aroma fechando a porta para o exterior, continuo fechado num mundo em que a passagem ao fora foi cortada, sou o guardião da minha própria sanidade mental, sou eu próprio que torna a minha vida suportável. Se sonhasses sequer com o que mudas-te naquele dia em que nada mais me dizes-te do que "Eu namoro com o Edy, meu chefe.", se soubesses o quão mudas-te a pessoa extrovertida, simpática, divertida, a pessoa que eu no fundo era e que amava ser, mudaste-me e sim gostei enquanto isso me fazia feliz, gostei do que me fazias sentir, gostei, amei enquanto pude ser o que preenchia os teus requesitos. Amable, nome de princesa, o nome que durante 7 meses foi o que alimentava os meus sonhos, aquele nome que depois de um dia de cansaço, depois de um dia de pura porcaria, eras tu, tu que ali estavas sempre a minha espera, com o teu sorriso pronto, a sorrir para me dizer um Olá, para me dizer o quanto era importante a minha existência para ti. No fundo deste engano, desta criação da ilusão, nada mais me ocorre do quanto, tempo, quanto desperdicio de letras, quanto espaço na atmosfera ocupas-te com todas essas mentiras. Não digo e estaria a ser mentiroso se dizesse que achava que tudo era mentira, até porque os meus sentimentos estavam inseridos nesse enredo de novela mexicana. Não sei porquê, não sei se é consequência do amor, consequência do que ainda penso de ti, consequência de saber que és feliz com outro enquanto eu espero aqui feito Cristo Rei com os braços bem abertos para quando tu chegares saberes que sou teu, que ainda nada perdes-te, saber que todo o amor ainda é teu, mas ainda nada me esqueceu, ainda tudo me lembra de ti, aquela música, aquele filme, aquelas palavras, aqueles olhares feitos com uma pessoa estranha mas que me fazem lembrar tanto o teu, o aparelho dentário na boca de alguem da mesma cor que tu usavas, todos os promenores, tudo o que me fazia ser teu chama-me de volta para ti, tudo o que me tornara teu não tarda em querer puxar o sentimento para que eu grite, chore, suplique, que voltes, saber que já foste e que eu continuo aqui na chuva à tua espera, saber que até o luar me abandonou para te acompanhar, saber que o sol resplandescente escureceu os meus dias para iluminar os teus, saber que Deus parece ter-se esquecido de mim, e aí eu pergunto-me "Sou eu o pecador?", as lágrimas caem nesta descrição, lembranças de ti passam como num cine-drive, palavras tuas passam em rodapé na minha mente, sim ainda fazes falta, sim ainda há amor, sim tudo o que era teu perdura e sei que não sairá daqui sem que primeiro tu digas que não me queres mais, vou lutar para tal não acontecer, a palavra que não faltou é mais uma vez repetida: "AMO-TE"

Sem comentários:

Enviar um comentário